AO PODEROSO ORIXÁ OGUM
AO PODEROSO ORIXÁ OGUM
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OGUM – ORIXÁ DO FERRO E POR EXTENSÃO, ORIXÁ DA GUERRA.
OGUM era, a princípio,
apenas o Orixá do ferro. O ferro com que se faz a ferramenta, a enxada e,
também as armas com que os guerreiros se defendiam dos predadores (África =
Pátria dos grandes felinos). Naturalmente, a eficiência destas armas fatalmente
seria utilizada na guerra.
De todas as lendas africanas sobre os Orixás, a que nos merece maior crédito,
pela sua profundidade, é a descrita por Pierre Verger na sua obra ORIXÁS:
“OGUM, como personagem
histórico, teria tido o filho mais velho de Odùduà , o fundador de Ifé. Era um
temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas
expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou
contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e
apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no
trono e regressou vitorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré , “Rei de
Iré”. Por razões que ignoramos, OGUM nunca teve direito a usar uma coroa ( adé ), feita com
pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas, dissimulando o
rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples
diadema, chamado àkòró , e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de
Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no novo mundo, tanto no Brasil como em
Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares
“OGUM, como personagem
histórico, teria tido o filho mais velho de Odùduà , o fundador de Ifé. Era um
temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas
expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou
contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e
apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no
trono e regressou vitorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré , “Rei de
Iré”. Por razões que ignoramos, OGUM nunca teve direito a usar uma coroa ( adé ), feita com
pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas, dissimulando o
rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples
diadema, chamado àkòró , e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de
Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no novo mundo, tanto no Brasil como em
Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares.
OGUM teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o
regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego.
OGUM decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu
filho. Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam no dia da sua chegada, uma
cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. OGUM
tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que
estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele
não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. OGUM,
cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele
considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo
depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais
próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe suas comidas prediletas,
como cães e caramujos, feijão regado com azeite de dendê e potes de vinho de
palma. Enquanto saciava sua fome e sua sede, os habitantes de Irê cantavam
louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá , que vem da frase Ògún je ajá
(“Ogum come cachorro”), o que lhe valeu o nome de Ògúnjá . Satisfeito e
acalmado, OGUM lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera
bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela
terra adentro com uma barulheira assustadora.
OGUM é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ògún
méjeje lóòde Iré , frase com que faz alusão às sete aldeias hoje desaparecidas,
que existiriam em volta de Irê. O número sete é, pois, associado a OGUM e ele é
representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro,
em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal,
também de ferro: lança, espada, enxada, torques, facão, ponta de flecha e enxó,
símbolos de suas atividades.“
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